A invenção das mulheres – Parte I – Núcleo de Filosofia Pan-africanista da Aproffib
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- há 7 dias
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A invenção das mulheres: Construindo um sentido africano para os discursos ocidentais de gênero
De: Oyèrónke Oyewùmí
Parte I – Visualizando o corpo: Teorias ocidentais e sujeitos africanos.
Data: 27/10/2025
Apresentação: Profa. Sônia Maria Lira Ferreira e Profa. Ana Cláudia Magnani Delle Piagge
Mediação: Neuza Aparecida Oliveira Peres
Essa reunião de estudos do Núcleo Pan-africanista da Aproffib foi marcada por uma profunda crítica às estruturas coloniais que ainda permeiam a produção de conhecimento nas instituições brasileiras. As professoras denunciaram o epistemicídio – apagamento sistemático dos saberes africanos – como uma das colunas da marginalização intelectual dos povos negros. A Filosofia africana foi apresentada como alternativa epistemológica e ética, capaz de reconfigurar os fundamentos da sociedade ocidental. A valorização das cosmologias africanas, com seus princípios de coletividade, ancestralidade e espiritualidade, foi defendida como caminho para uma reconstrução social mais justa e plural.

A reunião evidenciou como as instituições educacionais reproduzem desigualdades raciais por meio de currículos eurocentrados e práticas pedagógicas excludentes. A proposta de uma pedagogia pan-africanista foi apresentada como instrumento de emancipação, capaz de formar sujeitos críticos e engajados na transformação social. A educação foi tratada como campo de disputa simbólica, onde se pode reverter o processo de invisibilização dos saberes negros. Os membros do núcleo destacaram a importância de ocupar espaços institucionais e de produzir conhecimento comprometido com a realidade afro-brasileira.
A Filosofia permeou as reflexões sobre identidade, pertencimento e autodeterminação. Inspiradas por pensadores como Frantz Fanon, Amílcar Cabral e Cheikh Anta Diop, as professoras defenderam o pan-africanismo como base para uma práxis revolucionária. A luta antirracista foi articulada à luta anticapitalista, evidenciando que ambas enfrentam sistemas que desumanizam e exploram corpos negros. A construção de uma consciência histórica e coletiva foi apontada como essencial para o fortalecimento dos movimentos sociais negros e para a reconfiguração das relações de poder.

A reunião foi marcada, ainda, por um chamado à ação: a urgência de construir redes de solidariedade entre intelectuais negros, fortalecer espaços de resistência e revalorizar a espiritualidade africana como fonte de força e orientação. A aula foi um gesto de reexistência – uma afirmação filosófica e política da vida negra em sua plenitude.
Veja abaixo a apresentação na íntegra:
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