III Reunião de Estudos sobre a obra de Cheikh Anta Diop
- siteaproffib
- 5 de jun.
- 2 min de leitura

O Núcleo de Filosofia Pan-africanista da Aproffib, organiza o estudo do livro "A origem africana da civilização" de Cheick Anta Diop.
No dia 02/06, o Prof Marco Túlio Cunha Vilela fez a exposição do Capítulo II: "O nascimento do mito do negro", com a mediação do Prof Aldo dos Santos.
Assista à aula completa no link abaixo:
Marco Túlio Cunha Vilela, Professor da educação básica do município de Uberlândia/MG. Formado em filosofia e pedagogia. Mestre em educação e filosofia pela UFU - Universidade Federal de Uberlândia. Pesquisa o corpo na educação e relações étnico raciais. Membro do partido democrático afro brasileiro (em formação).
Aldo dos Santos, Filósofo, Escritor, professor de cursinho popular, Doutor em Psicanálise, Vice presidente da Aproffib.
Extrato da Resenha do Capítulo II elaborada pelo Prof. Marco Túlio Cunha Vilela.
"O discurso ocidental hegemônico é dominado pela ideologia europeia que, em sua maioria, é etnocentrista, ou seja, acredita que o homem branco é o centro da humanidade. Dessa forma, o Egito se torna um espaço de disputa ideológica. Para o europeu, é importante reivindicar os espólios do Egito Antigo, pois isso legitima a ideia de que a cultura ocidental se baseia em uma ancestralidade branca.
No entanto, essa ideia não passa de uma construção discursiva, uma ficção inventada pelos colonizadores para se apropriar da cultura egípcia e relegar ao povo negro a invisibilização histórica. Tudo isso faz parte de um projeto filosófico colonialista que visava colocar o africano em um plano de não-humanidade. Assim, ao reivindicar o Egito Antigo como parte do mundo ariano, ingleses e franceses passaram a estudá-lo, apropriando-se de esculturas e diversos objetos da cultura egípcia.
Cheikh Anta Diop se posiciona contrário a essa lógica. Para ele, quem deve estudar o Egito é o seu próprio povo, o povo negro. Diop também se opõe à ideia, sustentada por alguns negros que ascenderam socialmente e foram influenciados pela lógica colonialista, de que o passado não importava e que o foco deveria estar apenas no que os negros poderiam construir no futuro. O que Diop afirma é que não se pode esquecer a história, pois o apagamento é testemunha do racismo. O Egito Antigo era negro, e é o povo negro quem deve estudá-lo e abrigar suas relíquias. Diop demonstra isso por meio de uma investigação minuciosa, mostrando como, ao longo de dez mil anos, os povos africanos se movimentaram ao longo do rio Nilo, originando diversas formas de organização social". Prof. Marco Túlio Cunha Vilela.
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