Pingado Filosófico – Ética, Consciência e Algoritmos: a Filosofia se Manifesta a Respeito
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- 18 de out.
- 2 min de leitura

Apresentação: Prof. Dr. Marcos Silva e Silva
Mediação: Prof. Aldo Santos
Data/hora: 3/10/2015 – 18h
A palestra ministrada pelo Prof. Marcos Silva e Silva abordou, sob uma perspectiva filosófica e ética, o estatuto contemporâneo da inteligência artificial (IA) e seus impactos sobre a condição humana. O Prof. distingue a inteligência propriamente humana – caracterizada pela consciência, pela autocrítica e pela dimensão afetiva – da chamada “inteligência artificial”, entendida como um sistema técnico de processamento lógico e estatístico, destituído de interioridade. Segundo ele, a IA não pensa: apenas calcula, produz coerência sem compreensão.
Recorrendo à história da técnica, ele mostra que a IA é fruto de uma longa trajetória da razão instrumental humana – das antigas máquinas de cálculo ao computador moderno – e que, embora amplie as capacidades cognitivas, não reproduz a experiência humana de aprender “de fora e de dentro”, isto é, a partir do estar no mundo e da própria consciência. Essa diferença essencial explica por que a IA não pode ser ética nem moral por si mesma: somente o ser humano pode decidir o que é bom, justo ou verdadeiro.
O Prof. Marcos argumentou que o avanço das tecnologias de machine learning e deep learning trouxe à tona novos dilemas éticos e políticos, uma vez que as máquinas passaram a ocupar espaços decisórios outrora reservados à vontade humana – como diagnósticos médicos, gestão de dados pessoais e até decisões de vida e morte. Tal cenário evidencia a urgência de regulações nacionais e internacionais capazes de limitar o poder das grandes corporações tecnológicas e proteger a soberania digital dos Estados.
Marcos propõe compreender a IA não como ameaça apocalíptica, mas como espelho das contradições humanas. A mesma inteligência que cria ferramentas libertadoras pode gerar dependência, desigualdade e devastação ambiental – inclusive pelo consumo massivo de recursos naturais, como a água potável, para sustentar os sistemas digitais. A crise tecnológica, portanto, não é apenas técnica: é ontológica e ética, pois obriga o homem a repensar o seu lugar no mundo e o sentido do próprio pensamento.

Por fim, ele adverte para o risco de uma “preguiça cognitiva”, fruto da confiança cega na máquina. Ao terceirizar o pensamento, o ser humano empobrece sua capacidade crítica e perde a autonomia intelectual. Preservar o humano na era das inteligências sintéticas implica, assim, reafirmar o valor da consciência, da emoção e da responsabilidade moral como dimensões insubstituíveis da inteligência.
Em síntese, para ele a IA não representa a superação do humano, mas a sua prova ética: saber até onde podemos delegar o pensar sem perder o sentido de ser.
Veja a exposição na íntegra:
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