Pingado Filosófico - Negritude e sindicalismo: anseios negros na construção da Central Única dos Trabalhadores (CUT)
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- 23 de out.
- 2 min de leitura

Pingado Filosófico / Obras da Nossa Gente III
Apresentando o autor: Eduardo Rosa (Buiu) – Trabalhador aposentado dos Correios; Militante de Combate ao Racismo Antipreto; Historiador e Produtor Digital
Data: 20 de outubro de 2025
Eduardo Rosa (Buiu) apresentou as reflexões contidas em seu livro: Negritude e sindicalismo: anseios negros na construção da Central Única dos Trabalhadores (CUT), sobre a trajetória histórica e os desafios da população negra dentro do movimento sindical brasileiro. Ele lembrou que a luta sindical no país sempre esteve ligada à questão de classe, mas raramente incorporou a dimensão racial como parte essencial dessa luta. Segundo Buiu, o racismo estrutural está presente também nas organizações de trabalhadores, e isso explica por que os negros continuam ocupando os piores postos de trabalho e enfrentando barreiras para assumir posições de liderança.
O ativista destacou que a ausência do debate racial na esquerda brasileira é uma herança do próprio marxismo tradicional, que tratou a exploração apenas pelo viés econômico, ignorando como o racismo molda as relações de trabalho. Para ele, o movimento sindical precisa “se empretecer” — ou seja, incorporar o olhar e a experiência de homens e mulheres negras que vivem na base da pirâmide. Isso significa repensar práticas, discursos e estruturas internas, reconhecendo que não há verdadeira revolução sem a presença ativa e consciente do povo negro.

O autor também criticou o uso do termo “Identitarismo” como forma de deslegitimar o debate racial. Segundo ele, afirmar a identidade negra é um ato político e necessário, pois rompe o silêncio histórico imposto à população negra. Buiu defendeu que os trabalhadores negros devem se organizar com autonomia, criando espaços próprios de formação, reflexão e ação política — como o Instituto 14 de Maio, do qual é fundador —, para que suas pautas não sejam sempre subordinadas aos interesses da branquitude ou dos partidos tradicionais.
Por fim, Buiu ressaltou que a luta antirracista e a luta de classes precisam caminhar juntas, mas sem que uma anule a outra. Ele acredita que o futuro do sindicalismo e da esquerda brasileira depende de reconhecer o protagonismo negro como elemento central da transformação social. Só com um movimento verdadeiramente plural, que enfrente o racismo de forma direta e consciente, será possível construir uma sociedade mais justa, igualitária e representativa de todos os trabalhadores.
Sem enfrentar o racismo, não há revolução, diz ele.
Assista a apresentação na íntegra:
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