A INVENCÃO DAS MULHERES – 4ª Reunião – Núcleo de Filosofia Pan-Africanista
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- 22 de nov.
- 2 min de leitura

Parte III: Fazendo a História, Criando Gênero: A Invenção de Homens e Reis na Escrita das Tradições Orais de Oyó
Expositora: Cris Oladeyi
Mediadora: Ana Cláudia Magnani Delle Piagge.
Data: 17/11/2025
Na Parte III de A Invenção das Mulheres, Oyèrónkẹ́ Oyěwùmí critica a imposição de categorias de gênero ocidentais sobre sociedades africanas. A autora demonstra que, na sociedade iorubá pré-colonial, as relações sociais eram organizadas principalmente pela senioridade (idade relativa) e não pelo sexo biológico. Assim, o conceito de “mulher” como categoria subordinada aos “homens” não fazia parte da lógica tradicional iorubá.
Com a chegada do colonialismo europeu, essas estruturas foram reinterpretadas à luz do patriarcado europeu. Instituições coloniais como o sistema jurídico, a educação formal e o cristianismo missionário passaram a classificar os indivíduos segundo categorias de gênero ocidentais, criando desigualdades que antes não existiam. Muitas figuras femininas iorubás perderam autoridade social e política, sendo relegadas a papéis domésticos e privados.

Outro ponto central foi a crítica ao feminismo ocidental, que universaliza suas categorias analíticas sem considerar contextos culturais diversos. Oyěwùmí argumenta que compreender sociedades africanas exige abandonar o determinismo biológico e adotar abordagens que valorizem formas locais de organização social, como senioridade e parentesco. Isso revela que o gênero não é uma categoria natural ou universal, mas uma construção histórica e cultural imposta pelo colonialismo.
Dessa forma, fica enfatizada a importância de repensar os discursos de gênero a partir de epistemologias africanas, que valorizem identidades e formas próprias de organização social. Essa perspectiva amplia os debates contemporâneos em filosofia, sociologia e história, oferecendo alternativas críticas às narrativas ocidentais. A partir da obra de Oyěwùmí, fica evidente que a filosofia africana não apenas questiona categorias impostas, mas também propõe caminhos para reconstruir visões de mundo mais plurais e enraizadas nas tradições locais.
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