XII Reunião de Estudos de Cheikh Anta Diop – Núcleo de Filosofia Pan-africanista da Aproffib
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- 5 de ago.
- 2 min de leitura

A origem africana da civilização,
de Cheikh Anta Diop.
Capítulo IX: Povoamento de África a partir do Vale do Nilo
Neste capítulo, apresentado pela profa. Ana Cláudia Magnani Delle Piagge, e mediado pelo prof. José Burato, Cheikh Anta Diop contesta a teoria de que os povos negros africanos se originaram da Oceania, defendendo, com base em evidências arqueológicas e lendas locais, que o habitat original do negro está na própria África.
Diop argumenta que as lendas africanas que mencionam uma migração desse povo vinda do Leste, a partir da região da “Grande Água”, interpretada pelo Ocidente como o Oceano Índico, se referem, na verdade, ao rio Nilo. O autor sustenta que as tradições orais de diversos povos, como Dogon e Iorubá, entre outras, reforçam essa direção migratória a partir das águas do Nilo.

Além disso, Diop destaca que outras lendas apontam que em tempos remotos, os negros dominaram regiões do mundo e possuíam civilizações avançadas. O autor considera, também, os relatos de Heródoto sobre os Pigmeus e suas interações com outros povos, apoiando, assim, essas tradições. A etnografia e a linguística também embasam a ideia de um núcleo cultural e ancestral comum no Vale do Nilo, de onde os povos negros se espalharam pela África, conclui Diop.
A partir dessa concepção, Diop sugere que diversos povos africanos, como os Kara, Karé e Karekaré, têm origem comum no Vale do Nilo, com base em nomes e elementos linguísticos. Ele analisa o povo lendário Ba-Fur, possivelmente de origem "amarela", conectando África e América por semelhanças culturais e linguísticas.

Entre outras considerações, Diop defende a origem egípcia dos Iorubás [além de outros povos], com base em semelhanças linguísticas, religiosas e culturais entre ambos os povos; que os Laobé descendem dos lendários Sao, com base em traços físicos (altura, crânios em forma de pêra), práticas culturais (danças noturnas, escultura em madeira e estatuetas), símbolos totêmicos e instrumentos ritualísticos; que a origem mais provável do povo Fula é o Egito, visto haver semelhança entre alguns nomes totêmicos; que o povo Tuculor e o povo Serer, assim como outras populações negras, têm suas origens na bacia do rio Nilo.
Diop encerra este capítulo enfatizando a importância de se investigar as raízes dos povos africanos com base em evidências históricas e culturais, em vez de interpretações preconceituosas que buscam uma origem "branca" para civilizações e culturas negras.
Assista a apresentação na íntegra:
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