XIV Reunião de Estudos de Cheikh Anta Diop – Núcleo de Filosofia Pan-africanista da Aproffib

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19 de ago.
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A origem africana da civilização,

de Cheikh Anta Diop.

Capítulo XII: Réplica a uma Crítica

Neste capítulo, apresentado pela profa. Sônia Maria Lira Ferreira e mediado pelo prof. José Burato, Cheikh Anta Diop refuta a tese do historiador francês Raymond Mauny, que, censurando a obra de Diop, nega a origem africana da civilização.

Em Réplica a uma Crítica, Diop faz ao mesmo tempo uma defesa científica de sua tese, desmontando as leituras eurocêntricas com dados arqueológicos, antropológicos e laboratoriais; uma denúncia epistemológica [uso ideológico da ciência por parte da egiptologia colonial], que expõe a função política do racismo científico; e um manifesto descolonizador, que recoloca a África como sujeito da história mundial.

Dessa forma, Diop segue uma estratégia discursiva em que, primeiramente, responde aos argumentos de Mauny de forma científica, usando ferramentas da própria antropologia física ocidental (craniometria, melanina em múmias) contra os europeus; para, finalmente, transformar essa réplica em um manifesto político e filosófico, denunciando o racismo estrutural que moldava a egiptologia ocidental.

Então, não se trata apenas de um embate “técnico” e “científico”, mas também ideológico.

Entre outras questões, Diop contraria a tese de Mauny – e do pensamento eurocêntrico – segundo a qual o Egito era uma civilização “branca” ou “mediterrânea”, uma exceção na África; afirmando que o Egito é plenamente africano, com laços étnicos e culturais com a Núbia e com o restante do continente.