XV Reunião de Estudos de Cheikh Anta Diop – Núcleo de Filosofia Pan-africanista da Aproffib

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26 de ago.
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A origem africana da civilização,

de Cheikh Anta Diop.

Capítulo XIII: Início da história da humanidade:

evolução do mundo preto

Neste capítulo, apresentado pelo prof. Nazito Pereira da Costa Júnior e mediado pelo prof. Aldo dos Santos, Cheikh Anta Diop encerra sua obra de forma magistral, sustentando que a história da humanidade é inseparável da história do mundo negro. O africano foi o primeiro Homo sapiens e o substrato original da espécie, com presença ampla e duradoura antes do surgimento das demais raças.

Diop aborda a aparição do Homo sapiens há cerca de 40 mil anos, no Paleolítico Superior, citando evidências arqueológicas que apontam a África como berço da humanidade, além dos primeiros fósseis que apresentam características negríticas/negroides, endossados pela paleontologia.

O autor descreve as características dos primeiros humanos: ossos longos e proporções corporais semelhantes às de populações negras atuais; crânios dolicocéfalos, prognatismo facial, nariz largo (platirrínico) e órbitas retangulares, classificados como "negroides", embora a ciência europeia tenha tentado suavizar ou negar essas evidências.

Sobre o termo “negroide”, Diop esclarece que ele foi usado de modo ambíguo pela antropologia europeia, para evitar admitir a prioridade do homem negro. O autor sustenta que o mito do “verdadeiro negro” foi criado para relativizar e atrasar o reconhecimento da anterioridade africana.

Diop destaca ainda a extensão do substrato negro, afirmando que o tipo negrítico esteve disseminado da África à Europa e à Ásia Ocidental. Ele enfatiza a arte, o simbolismo e a morfologia, citando estatuetas femininas esteatopígicas associadas a cultos de fertilidade, demonstrando a amplitude geográfica do negro no Paleolítico. Cita também o caso da África Oriental, onde fósseis de determinadas regiões revelam a continuidade das populações negras, e critica a ciência europeia, tendenciosa na fragmentação e criação de múltiplas categorias para negar a centralidade africana.

O negro foi o primeiro e único Homo sapiens por milênios, antes da diferenciação de outras raças, conclui Cheikh Anta Diop, que encerra reafirmando que sua obra é um marco inicial de um longo processo científico, cujo propósito é devolver à África seu papel histórico e, com isso, contribuir para a emancipação cultural e a união da humanidade.

O último capítulo de A origem africana da civilização é precioso demais para você deixar de assistir à apresentação na íntegra do prof. Nazito Pereira da Costa Júnior.